quinta-feira, 1 de novembro de 2012

...Morrer é só não ser visto...

Hoje fui ao cemitério.

É incrível o negócio que se faz neste dia... Parece que toda a gente só se lembra dos seus entes queridos uma vez por ano. Compram flores, arranjam a campa muitas vezes em competição com outras campas...Fazem de tudo para deixar tudo arranjado durante mais um ano...

Por mim, passava lá muito tempo perto do meu pai. Só não passo mais porque saio de lá sempre num pranto. A vida consegue ser muito cruel...Nunca podemos dar nada como garantido.

Ás vezes quando o visito consigo senti-lo perguntar se estou bem. Consigo senti-lo falar comigo dizendo-me que vê tudo o que faço e que está sempre do meu lado. Saio sempre de lá com o coração sufocado mergulhada numa angústia inexplicável. Chega a doer imaginar o futuro sem conseguir vê-lo, ouvir as suas gargalhadas, sentir o seu cheiro...

Basta-me acreditar no Fernando Pessoa...


"A morte é a curva da estrada,
Morrer é só não ser visto.
Se escuto, eu te oiço a passada
existir como eu existo.

A terra é feita de céu.
A mentira não tem ninho.
Nunca ninguém se perdeu.
Tudo é verdade e caminho".





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